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E pintaram o diabo pior do que parece. A Falta de Zuñiga em Neymar.   Leave a comment

Depois de dois dias lendo opiniões, vendo as imagens, pensando, resolvi falar sobre a falta de Zuñiga em Neymar.

Chego à conclusão de que foi uma falta de jogo, passível de punição com cartão vermelho e suspensão por dois ou três jogos no máximo. As imagens são fortes, a ação do colombiano parece ser violenta, mas foi acidente de trabalho. Os dois estavam disputando a bola, o brasileiro à frente não chegou a pular (talvez fosse outra a situação se isso tivesse acontecido), o colombiano saltou, aproveitando o impulso da corrida, para tentar roubar a bola.

Avaliar se houve deslealdade ou não é leviano, as imagens, conforme o ângulo, podem mostrar os argumentos que confirmem ou não qualquer tese.

Então, tentando ficar apenas na regra do jogo, que define o bom andamento da partida, afirmo que a falta ocorreu, o árbitro deu seguimento ao jogo porque o Brasil tinha vantagem no lance, um contra-ataque que não foi aproveitado. No momento em que a jogada parou, alertado pelos demais jogadores brasileiros e pelo banco, ele voltou ao local onde Neymar estava caído e, vendo a gravidade do lance, autorizou a entrada da comissão médica e da maca para o atendimento imediato.

O erro da arbitragem, ao meu ver, seria não ter dado o cartão ao jogador colombiano quando o lance parou, ele poderia advertir o jogador, mesmo com o cartão vermelho, quando a jogada do contra-ataque acabou. Por que cartão vermelho? Porque a jogada teve força excessiva do Zuñiga, a pancada foi pelas costas, não dando chances ao Neymar de se defender e pela reincidência de faltas durante o jogo. Não há nada no regulamento que afirme e force o árbitro a dar cartão amarelo antes de do cartão vermelho, não há nada que afirme que o cartão não deva ser dado na primeira falta do jogador (e não foi o caso). A punição estaria correta, indo a julgamento, a pena deveria se estender a dois ou três jogos de suspensão e estaria de bom tamanho, ao contrário do circo armado pela CBF de que pedirá uma suspensão similar à de Suárez e outras sanções ao jogador, isso é ridículo.

Não comentarei a ignorância de muitos que usaram as redes sociais para xingar e ameaçar o jogador colombiano, isso é perda de tempo.

Agora o que vem a seguir é totalmente especulativo, são pensamentos meus sobre o que pode acontecer à seleção depois da perda de seu melhor jogador.

Eu acredito que o time vai melhorar. Como assim? O time estava armado e muito dependente do jogador do Barcelona, este, bem marcado, estava tendo dificuldades de render aquilo que conhecemos dele e cobranças já estavam começando a acontecer por parte da mídia, aqueles que gostam de ‘jogar’ pra galera e que, a qualquer derrota da seleção, saem a procura de um culpado, nesse ponto de vista, ainda bem que Neymar se machucou, pois está sendo poupado dessas pessoas.

Felipão terá que encontrar uma solução para o time, já que não há outro jogador brasileiro (convocado ou não) com características parecidas. Opções existem, William, Bernard, três cabeças de área, tudo depende de como o técnico acha que deverá armar o time.

Outro fator que poderá atuar a favor é a motivação a mais para honrar (usando um termo que os jogadores gostam) o parceiro, ‘todos jogando pelo Neymar’, que é bem querido pelo elenco (pelo menos é o que todos demonstram em entrevistas e declarações após a contusão).

Fred deverá aparecer mais, não é um pedido, mas um palpite, afinal, o time não tem mais a referência de Neymar, então não há mais aquela máxima de joga a bola para o garoto que ele decide, as jogadas deverão ser armadas para que o homem-gol defina, facilitando ao atacante do Fluminense, que deverá ser mais municiado nos próximos dois jogos, agora basta saber se a atual letargia dele acabará.

E que venha a simpática seleção alemã, para mais um jogo que promete ser memorável.

 

O momento da falta de Zuñiga em Neymar

Publicado 06/07/2014 por Doutor Jr em Sem categoria

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Um até breve.   Leave a comment

É, e o futebol brasileiro ficou mais triste hoje, sem a ousadia e a alegria daquele que foi o mais plástico e mortal jogador brasileiro do futebol recente. Sim, existem jogadores mais mortais, artilheiros, mas estes não conseguem aliar essa qualidade à plasticidade de uma jogada, assim como existem jogadores de extrema criatividade, mas eles pouco convertem gols, eles são mestres do que se convencionou chamar assistência.

Neymar é imprevisível, mesmo em seus dias menos inspirados (como nos últimos jogos pelo glorioso, não me cabe falar dos motivos, eu não tenho nem ideia do que se passava em sua cabeça) ele era capaz de se livrar de seus marcadores de forma inesperada, para partir livre, só ele e a bola, em direção à área adversária.

Mas não vou falar de tristeza, vou prestar uma pequena homenagem, algo vindo de uma pessoa que vê e procura entender o futebol já faz quase três décadas e meia (tem quase 35 anos que eu sou santista). Tive o privilégio de assistir Neymar ao vivo, no início da carreira, no primeiro jogo da campanha da Copa do Brasil, num jogo difícil, ganho por 1 x 0 contra o Naviraiense (que depois seria massacrado), ponto de partida para seis títulos diferentes enfileirados em três anos de desfiles pelos gramados.

Não importava se ele estava frente a frente com um marcador leal, ou violento, ou embasbacado com o fato de enfrentar quem enfrentava, Neymar partia para cima, não tinha medo de botinadas. Podia perder algumas jogadas, quando seu marcador lograva êxito em sair com a bola dominada, mas muitas vezes ele deixava o adversário perdido, marcando a poeira, sem entender por onde ele e a bola tinham passado.

Eu me lembro do primeiro gol contra o Mogi Mirim, do gol que concorreu a mais bonito do ano que foi contra o Santo André, do gol que foi eleito o mais bonito do ano, contra o Flamengo. Mas também me lembro do gol de cabeça, que foi comemorado com a cobrança ao técnico por um churrasco, já que este falava que Neymar nunca marcaria um gol de cabeça, devido a sua estatura, considerada baixa para um atacante, me lembro do gol pela seleção brasileira (o primeiro, feito num amistoso nos EUA, contra a seleção local), mas nunca vou me esquecer daquele que o fez imortal, que escreveu seu nome com letras garrafais na história do Santos e no coração dos torcedores, o gol que fechou a campanha vitoriosa da Taça Libertadores da América, contra o tradicional Peñarol, dentro do Pacaembu, um gol comemorado dentro das quatro linhas, nas arquibancadas, na frente da tv, um gol que trouxe de volta ao peito do torcedor santista um sentimento que não tem descrição.

Mas o principal, ele não virou ‘estrela’, não esnobava os torcedores e fãs, sempre os atendendo com um sorriso e paciência, sempre com um tempo para assinar um autógrafo ou tirar uma foto. Várias vezes, com cobertura de imprensa ou não, mostrando um lado humano que poucos famosos têm. Uma característica que só fez a admiração que muitos têm por você aumentar.

Neymar que você continue levando o futebol-arte nos pés, a leveza da felicidade nos seus dribles, mas principalmente sua simpatia e humildade em tratar a todos de forma igual, admiração não se ganha, se conquista, e nisso você é campeão. Isso não é um adeus, é um até breve, eu acredito nas suas palavras que você voltará a vestir a camisa mais gloriosa de todas.

Publicado 26/05/2013 por Doutor Jr em Sem categoria

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