Pois é, depois de 29 anos o Santos foi campeão da Copinha de novo.

Não acompanhei da forma devida o torneio devido ao meu trabalho, mas sempre acompanhei o que podia, via internet ou mesmo na tv, apesar da organização quase sempre programar os jogos da equipe para os horários mais impróprios para quem trabalha. Mas o fato é que dentro do possível acompanhei a campanha.

Ontem, mesmo não sendo feriado aqui, consegui assistir parte do jogo, justamente quando o Goiás reagiu, diminuiu o placar e quase empatou, com um pênalti que foi desperdiçado pelo meio campista esmeraldino. Depois desse lance, o alvinegro voltou a dominar a partida e pouco depois matou o jogo com Giva anotando o terceiro gol.

O time foi bem montado e, como já atua junto há pelo menos um ano, entrosado, isso foi um fator que ajudou na caminhada, mas tem que se reconhecer que em alguns jogos decisivos sobressaíram-se jogadores importantes no elenco, como o goleiro Gabriel que defendeu três pênaltis nas quartas de finais, Neilton que arrasou a defesa adversária nas semifinais e Giva oportunista e artilheiro, que marcou o gol que sacramentou o título.

Não sei qual a relação completa dos jogadores que disputaram a Copinha, por isso parabenizo a todos através de sua escalação na partida decisiva e que deu o segundo título do torneio mais tradicional da categoria.

Parabéns: Gabriel, Alison, Wallace, Jubal e Emerson, Lucas Otávio, Leandrinho, Pedro Castro e Léo Citadini (Paulo Ricardo), Neilton (Lucas Crispim) e Giva (Diego Cardozo).

Elenco Campeão

Os jornalistas esportivos, principalmente aqueles que cobrem o futebol internacional, encheram a boca quando, em 7 de janeiro, a FIFA divulgou o time ideal do ano de 2012. “Todos jogadores do Campeonato Espanhol”, “Neymar não figura entre os melhores”, Manchetes como essas.

Vamos analisar esse time perfeito.

Goleiro: Iker Casillas (Real Madrid)

Laterais: Daniel Alves (Barcelona) e Marcelo (Real Madrid)

Zagueiros: Gerard Piqué (Barcelona) e Sergio Ramos (Real Madrid)

Meio-campistas: Xabi Alonso (Real Madrid) Xavi Hernandes (Barcelona) e Andrés Iniesta (Barcelona).

Atacantes: Lionel Messi (Barcelona), Cristiano Ronaldo (Real Madrid) e Radamel Falcao Garcia (ATLÉTICO DE MADRI).

Poxa, é um time muito bom mesmo, mas não representa o tão badalado Campeonato Espanhol, olhe bem, conte os times de cada jogador, são cinco jogadores do Real Madrid e cinco do Barcelona, apenas Falcao Garcia é um intruso. Agora, em sã consciência, onde isso representa a Liga das Estrelas?

Uma seleção representativa de um campeonato deveria ter pelo menos uns cinco ou seis times representados na seleção, não tem, por dois motivos, primeiro, os jogadores de Barcelona e Real Madrid são mesmo superiores, segundo, os demais times, Valência, Sevilha, Bétis, e tantos outros são de medianos a medíocres. Falcao Garcia se destacou pela facilidade com que faz os gols, mas isso ele fazia no River Plate, no Porto ou em qualquer lugar que jogasse. Ah, mas eles fazem jogos difíceis contra os dois gigantes, por isso o futebol é fascinante, é o único esporte que o imprevisível (as chamadas zebras) acontece com frequência e em qualquer campeonato.

E isso não é só na Espanha, qualquer campeonato que olharmos na Europa, veremos os times de tradição com grandes elencos e, depois de um abismo, os demais times, inclusive podemos observar o ocaso de dois grandes em seus países, Liverpool e Sporting que veem apresentando resultados precários a algumas temporadas, mas dificilmente vemos um pequeno crescer sozinho, os casos mais fáceis de ver são o Málaga e o Paris Saint German, que receberam volumes financeiros consideráveis vindos de países do Oriente Médio, e o PSG nem é assim um pequeno na França, é um time de tradição que só não tem os títulos de seus rivais.

Tá, mas falemos da seleção da FIFA, porque tantos jogadores desses dois times espanhóis? Pela forma como estas equipes trabalham seu marketing, divulgando suas marcas pelo mundo, com pré-temporadas e amistosos na Ásia, na América do Norte e Central, algumas vezes na África, enfim, indo até os mercados populosos e emergentes, até então pouco explorados pelos times de futebol.

Ah, legal, é porque os times brasileiros não vão atrás desses mercados? Daria para ganhar fama e dinheiro.

Por um motivo, calendário. A CBF e as Confederações Estaduais não se entendem o suficiente para fazer um calendário que sobre tempo suficiente para que os times façam pré-temporadas e excursionem por outros países, todo mundo quer ter um campeonato, quer um lugar ao sol das televisões.

Não vou entrar no mérito do que poderia ser feito, mas sempre teremos mais jogos que deveríamos ter, e isso prejudica todo o futebol nacional, não serve para os pequenos e menos ainda para os grandes, existem algumas saídas sem, necessariamente, extinguir os campeonatos estaduais, mas isso soaria para os cartolas como uma afronta.

Enfim, a seleção da FIFA não representa o Campeonato Espanhol, e há muita coisa errada no futebol nacional e mundial, e eu vou parar por aqui para não ficar mais chato e nem mais extenso do que este post já está.

Seleção de 2012 da FIFA