Depois de muito tempo eu vou atualizar este blog…
O engraçado é que vou falar de um esporte que eu não gosto, é que eu acho que a FIFA mudou tanto o Futebol de Salão (que hoje se chama FutSal) que o esporte já não é o mesmo. Mas não é por isso que eu não gosto, eu acho que ele é chato mesmo, não sei dizer.
E porque vou falar do FutSal?
Por causa da final do Campeonato Mundial que aconteceu hoje na Tailândia, entre Brasil e Espanha, com vitória brasileira na prorrogação.
Acredito que muita gente acompanhou o jogo nas televisões que tinham o direito de transmissão, não importando se era de sinal aberto ou por assinatura, talvez alguns tenham visto pela internet, sei lá, hoje a tecnologia anda de tal forma…
Tá, o jogo foi nervoso, disputado, bastante igual, tanto que foi para a prorrogação e somente quando faltavam 19 segundos para acabar o segundo tempo desta é que o jogo foi desempatado numa jogada muito bonita de Neto. O melhor jogador do campeonato achou um espaço na ala esquerda e acertou um chute de rara felicidade, vencendo o arqueiro espanhol e dando números finais ao jogo.
Mas não é sobre isso que eu quero falar, mas sobre o maior nome do Brasil desse esporte na atualidade, Falcão.
Ele chegou à Tailândia como o nome favorito a ser o melhor do torneio e grande esperança nacional, só não o foi por uma infelicidade que quase o tirou do mundial. No primeiro jogo, quando ele estava com cerca de três minutos dentro de quadra (não vi o jogo estou repassando a informação que tive) ele sofreu uma contusão muscular.
O primeiro exame, realizado em quadra ainda, era que ele não voltaria naquele campeonato (que seria o seu último, pois sua idade não permitiria uma nova participação em outro Mundial). Tensão, tristeza, tudo isso durou cerca de 24 horas, quando foi realizado um exame mais minucioso em um hospital e o diagnóstico foi mais favorável, um tratamento intensivo poderia coloca-lo em quadra nas quartas de finais.
E o trabalho foi feito, com dedicação dele e empenho da comissão técnica e médica. Porém essa pressão trouxe um efeito colateral, uma paralisia facial causada por estresse.
Mas o trabalho, apesar de tudo, deu frutos e Falcão já estava no banco nas oitavas de finais, onde jogou alguns poucos minutos, mesmo estando sem condições físicas para desempenhar seu melhor futebol ele chegou a marcar um dos gols.
Nas quartas de finais, ele foi o nome do jogo, levando a equipe de um placar desfavorável de 2 x 0 para uma virada fantástica, com dois gols seus, sobre um adversário tradicional, a Argentina. Nas semifinais, contra a Colômbia, também atuou vindo do banco e o time teve nova vitória, dessa vez menos complicada.
Hoje ele chegou ao jogo contra a Espanha com um condicionamento físico um pouco melhor, mas tendo ficado em quadra pouco mais de 27 minutos em todo o campeonato. Novamente assistiu o primeiro tempo no banco de reservas, quando entrou, no início do segundo tempo, o time evoluiu, chegando a alguns lances de perigo mais agudos.
Placar aberto a favor, ele foi descansar no banco, e lá ficou até a Espanha colocar os nervos no lugar e virar o marcador. Então ele voltou, faltando 5 minutos, mais ou menos, e foi fundamental, marcando o gol da igualdade e que levaria o jogo para a prorrogação.
Bem, o fim da história já conhecemos, gol nos segundos finais e Brasil campeão.
Louros, taça, medalhas, tudo isso é pouco para reconhecer uma dedicação que chegou aos extremos, ele se entregou, se doou ao máximo, superou todas as adversidades e, mais uma vez, é o nome e o espírito dessa conquista. Não que ele seja maior que os demais campeões, tanto que estes foram fundamentais quando ele faltou por causa da contusão, mas porque ele mostrou que o que ele mais queria naquele mundial era o título, ele queria fechar sua participação de cabeça erguida, como campeão, e conseguiu.
Falcão, um nome para entrar de vez no panteão de lendas do esporte nacional.