Arquivo para agosto 2012

De sonhos e devaneios esportivos   Leave a comment

Tava demorando.

Eu estava esperando quantos dias alguma mídia esportiva ia começar a refletir os próximos Jogos Olímpicos com o argumento que o país sede tem um aumento significativo no número de medalhas conquistadas.

Não é assim, não cai do céu.

Barcelona, Atenas, Sydney, Pequim, não incluo Atlanta porque os EUA tem um programa esportivo totalmente diferente.

Mas as outras quatro sedes realmente viram os atletas de seus países ganharem mais medalhas.

Mas não foi só porque estavam jogando em casa, mas porque os Comitês Olímpicos Nacionais desenvolveram um trabalho de base, com antecedência de cinco, seis anos, ou seja, antes mesmo do ciclo olímpico que sediaram.

Estruturaram a base, incentivaram crianças à prática do esporte, se preocuparam não em criar campeões pontuais, mas em atletas e cidadãos.

Nem precisamos ir longe, o próprio Rio sediou em 2007 uma edição dos Jogos Pan-Americanos, e a competição não frutificou como se deveria esperar, para comparações, em 1995 Mar del Plata, na Argentina, sediou esta competição, sendo que pelo menos em dois esportes os atletas argentinos no tênis e no basquete se destacaram e mantiveram um padrão de rendimento até os dias atuais.

Pode ser pouco, sim, mas ouve esse trabalho, aqui no Brasil ainda dependemos de uma ou outra estrela solitária, uma Maurren Magi, um César Cielo, temos alguma estrutura no vôlei, mas isso vem de um trabalho a parte, que começou a quase trinta anos, porque no geral, não houve nenhuma evolução em centros de treinamento para as bases.

Resumindo, não vamos esperar um grande números de modalidade com atletas medalhistas, com certeza o número de medalhas será maior, mas não o que já existe de especulação.

Publicado 15/08/2012 por Doutor Jr em Sem categoria

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De realidade esportiva   Leave a comment

Tem mais ou menos uma semana que eu escrevi falando sobre o primeiro dia dos Jogos Olímpicos, falando da surpresa das medalhas, eram três, agora o número dobrou e hoje temos pelo menos mais uma no iatismo, mas foram três de bronze e a de hoje deve ser prata ou bronze, o ouro será muito difícil.

Decepção? Não.

Culpa dos atletas? Não.

Conformismo? Não.

Pura realidade, e é fácil de ser explicado.

Falta seriedade e organização aos dirigentes esportivos nacionais.

Não só para os Jogos, mas em geral o esporte não é conduzido como deveria ser, e se olharmos para trás nós veremos que a situação era ainda muito pior.

Hoje, algumas confederações resolveram até fazer um trabalho mais organizado e sério, empresas como a Petrobrás “abraçaram” e “adotaram” alguns atletas, mas para a realidade mundial é pouco.

E o pior é a irresponsabilidade de alguns meios de comunicação, que, com um ufanismo infantil, querem a todo custo vender que o esporte nacional está equiparado aos melhores do mundo, quando não falam que somos os “melhores”.

O mais preocupante disso é que daqui a quatro anos os Jogos serão realizados no Rio de Janeiro e com a atual estrutura e (falta de) apoio, o Brasil terá que contar com a sorte, a superação dos abnegados atletas e (espero que não) alguma “mãozinha” das arbitragens para melhorar nosso desempenho.

Falo da “mãozinha” das arbitragens porque infelizmente estamos vendo isso nos atuais Jogos, algumas vezes de forma discreta, outras nem tanto, pois em alguns esportes a Grã Bretanha está sendo claramente beneficiada.

O que é pior é que muitas vezes nem é culpa da arbitragem, é falta de categoria, qualidade e experiência deles, pois como os Jogos são um evento mundial, os organizadores e confederações são obrigados a convocar árbitros de algumas nacionalidades onde os esportes são pouco praticados e isso gera alguns erros sérios em diversos jogos da competição.

O Brasil ainda deverá colecionar algumas medalhas nesta semana que fecha os Jogos, talvez um ou outro ouro, mas o desempenho deverá ser o de sempre, atingindo décimo sétimo ou décimo oitavo lugar, o que reflete a realidade nacional e serve de recado, enquanto os dirigentes pensarem em engordar o próprio bolso e não dar atenção à base (categorias infantis e juvenis), sempre estaremos nesse patamar e vai chegar a hora em que o discurso vazio ufanista não esconderá mais nossas deficiências.

Publicado 05/08/2012 por Doutor Jr em Sem categoria

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