E a realidade se mostrou dura, mas justa. Brasil 1 x 7 Alemanha.   Leave a comment

Pois é, o Brasil jogou bem ontem. Espera aí, como assim, jogou bem se foi humilhado publicamente no Mineirão pela Alemanha, acorda, o placar foi 7 x 1 para eles.

Explico:

Desde o primeiro jogo, contra a Croácia, o Brasil mostrou todo seu repertório para a Copa, bolas chutadas pelos zagueiros para a correria dos atacantes, sem passar pelo meio de campo, para que a bola fosse trabalhada, quase nenhuma jogada ensaiada, as poucas eram de bolas paradas em escanteio e falta que resultaram em pelo menos dois gols na competição (Thiago Silva e David Luiz), falta de um jogador que sacodisse os outros em um momento de pressão (veja o choro e comoção que foi o empate com o Chile), isso não quer dizer que faltou capitão, que faltou liderança, faltou um jogador com personalidade e que assumisse para si a responsabilidade no jogo e, principalmente, bola para o Neymar, que ele resolve. Pois é, ontem não teve Neymar. Ainda bem para ele, que foi poupado do vexame e da crucificação em praça pública por torcedores e mídia de tvs abertas (todos sabem a quem me refiro).

Neymar era a referência técnica e por vezes tentou assumir o papel de ser o responsável pelo jogo, mas tem apenas 22 anos, faltou um pouco de rodagem para assumir o papel que Zito, Zizinho, Gerson, Rivellino, Pelé, Dunga e Romário, para citar alguns, tiveram em campanhas anteriores. Neymar tentou ser o dono do time, mas ainda não foi dessa vez.

E ontem, contra a Alemanha, o time mostrou todo o seu repertório, chutões que faziam ligação direta entre os zagueiros e os atacantes, um Bernard tímido, um Fred que estava de corpo presente e só, um Hulk esforçado (que será um dos grandes alvos de todos), um Oscar perdido, os dois cabeças de área se esforçaram, mas ambos falharam, a zaga bateu cabeça, os laterais, principalmente o Marcelo, foram ambos inoperantes, em resumo, foi o Brasil de toda a competição, não podia se esperar mais. Assim como muitos, eu fui benevolente, acreditei que com o evoluir da competição o time melhoraria, não aconteceu.

Sobre a Alemanha não há o que se falar, é um time na mão do técnico, que vem se preparando já faz anos, não só para esta competição, mas para ser o que a Espanha foi entre 2010 e 2014, a seleção dominante no planeta, ela deve ficar assim por mais tempo que os espanhóis inclusive, por apresentar um trabalho em seu futebol local muito mais estruturado. A Alemanha pode até perder a final para Argentina ou Holanda (a maravilha do futebol é essa), mas é um time estruturado para continuar entre os melhores.

A melhor imagem para o Brasil ontem foi “O Inferno de Dante”, não para usar o zagueiro como principal responsável pela derrota, mas para mostrar o pandemônio que o time estava.

Agora resta ver o que os mandachuvas da CBF farão, não acredito que seja um trabalho pés no chão, mas uma caça às bruxas e tentarão jogar toda a sujeira para baixo do tapete, esperando que nós, como sempre, tenhamos memória curta e continuemos a dar dinheiro para assistir jogos pobres de campeonatos deficitários e sem bons jogadores, pois os poucos que se destacam acabam vendidos para a Europa. Esse é o agonizante declínio daquele que foi o mais encantador, envolvente e melhor futebol do Mundo. Há solução, mas os cartolas deverão ser humildes, reconhecer os erros e trabalhar para mudar, ou seja, pode encomendar a missa de 7º dia.

 

Não há o que falar.

Publicado 09/07/2014 por Doutor Jr em Sem categoria

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E pintaram o diabo pior do que parece. A Falta de Zuñiga em Neymar.   Leave a comment

Depois de dois dias lendo opiniões, vendo as imagens, pensando, resolvi falar sobre a falta de Zuñiga em Neymar.

Chego à conclusão de que foi uma falta de jogo, passível de punição com cartão vermelho e suspensão por dois ou três jogos no máximo. As imagens são fortes, a ação do colombiano parece ser violenta, mas foi acidente de trabalho. Os dois estavam disputando a bola, o brasileiro à frente não chegou a pular (talvez fosse outra a situação se isso tivesse acontecido), o colombiano saltou, aproveitando o impulso da corrida, para tentar roubar a bola.

Avaliar se houve deslealdade ou não é leviano, as imagens, conforme o ângulo, podem mostrar os argumentos que confirmem ou não qualquer tese.

Então, tentando ficar apenas na regra do jogo, que define o bom andamento da partida, afirmo que a falta ocorreu, o árbitro deu seguimento ao jogo porque o Brasil tinha vantagem no lance, um contra-ataque que não foi aproveitado. No momento em que a jogada parou, alertado pelos demais jogadores brasileiros e pelo banco, ele voltou ao local onde Neymar estava caído e, vendo a gravidade do lance, autorizou a entrada da comissão médica e da maca para o atendimento imediato.

O erro da arbitragem, ao meu ver, seria não ter dado o cartão ao jogador colombiano quando o lance parou, ele poderia advertir o jogador, mesmo com o cartão vermelho, quando a jogada do contra-ataque acabou. Por que cartão vermelho? Porque a jogada teve força excessiva do Zuñiga, a pancada foi pelas costas, não dando chances ao Neymar de se defender e pela reincidência de faltas durante o jogo. Não há nada no regulamento que afirme e force o árbitro a dar cartão amarelo antes de do cartão vermelho, não há nada que afirme que o cartão não deva ser dado na primeira falta do jogador (e não foi o caso). A punição estaria correta, indo a julgamento, a pena deveria se estender a dois ou três jogos de suspensão e estaria de bom tamanho, ao contrário do circo armado pela CBF de que pedirá uma suspensão similar à de Suárez e outras sanções ao jogador, isso é ridículo.

Não comentarei a ignorância de muitos que usaram as redes sociais para xingar e ameaçar o jogador colombiano, isso é perda de tempo.

Agora o que vem a seguir é totalmente especulativo, são pensamentos meus sobre o que pode acontecer à seleção depois da perda de seu melhor jogador.

Eu acredito que o time vai melhorar. Como assim? O time estava armado e muito dependente do jogador do Barcelona, este, bem marcado, estava tendo dificuldades de render aquilo que conhecemos dele e cobranças já estavam começando a acontecer por parte da mídia, aqueles que gostam de ‘jogar’ pra galera e que, a qualquer derrota da seleção, saem a procura de um culpado, nesse ponto de vista, ainda bem que Neymar se machucou, pois está sendo poupado dessas pessoas.

Felipão terá que encontrar uma solução para o time, já que não há outro jogador brasileiro (convocado ou não) com características parecidas. Opções existem, William, Bernard, três cabeças de área, tudo depende de como o técnico acha que deverá armar o time.

Outro fator que poderá atuar a favor é a motivação a mais para honrar (usando um termo que os jogadores gostam) o parceiro, ‘todos jogando pelo Neymar’, que é bem querido pelo elenco (pelo menos é o que todos demonstram em entrevistas e declarações após a contusão).

Fred deverá aparecer mais, não é um pedido, mas um palpite, afinal, o time não tem mais a referência de Neymar, então não há mais aquela máxima de joga a bola para o garoto que ele decide, as jogadas deverão ser armadas para que o homem-gol defina, facilitando ao atacante do Fluminense, que deverá ser mais municiado nos próximos dois jogos, agora basta saber se a atual letargia dele acabará.

E que venha a simpática seleção alemã, para mais um jogo que promete ser memorável.

 

O momento da falta de Zuñiga em Neymar

Publicado 06/07/2014 por Doutor Jr em Sem categoria

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Apareceu o jogo. Brasil 2 x 1 Colômbia   Leave a comment

E o Brasil começou a aparecer. Sim, o time melhorou depois do sufoco com o Chile e jogou algo próximo daquilo que estamos acostumados a ver contra a Colômbia.

O time parece ter se lembrado de como jogou no ano passado, na Copa das Confederações, fazendo um gol no começo da partida, marcando pressão o adversário e se impondo em campo. Foi assim no primeiro tempo.

Faltou só melhorar a pontaria e garantir uma vantagem mais tranquila no primeiro tempo, em parte culpa dos atacantes, mas principalmente por méritos de Ospina, goleiro colombiano, que estava bem colocado e salvou sua seleção de um placar mais desfavorável.

No segundo tempo parece que a letargia dos outros jogos apareceu, o time se acomodou, levou pressão e teve as falhas de sempre. Quem disse que não existe golaço de falta? David Luiz operou um momento incrível e bateu Ospina, ampliando o placar. James, caçado por Fernandinho, ainda diminuiu de pênalti, dando mais dramaticidade ao final do jogo.

Agora terá pela frente a Alemanha, a seleção europeia melhor adaptada ao clima e ambiente brasileiro nesta Copa, seguida de perto pela Holanda, será um jogo difícil, ainda mais depois da confirmação de que Neymar está definitivamente fora da Copa por contusão. O retrospecto é favorável, os números apontam boa vantagem nacional, mas números são bonitos, porém não entram em campo.

 

Gol de David Luiz

Gol de David Luiz

Publicado 05/07/2014 por Doutor Jr em Sem categoria

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Altos, baixos e uma redenção. Brasil 1 (3) x (2) 1 Chile   Leave a comment

Vamos lá, um som leve tocando para relaxar, AC/DC Live. Confere.

Um copo de suco de maracujá. Confere.

Um vidro de calmante pela metade. Confere.

Acho que dá para falar de Brasil 1 (3) x (2) 1 Chile, pelas oitavas de final, que aconteceu hoje em Belo Horizonte.

O jogo já começou errado antes mesmo do apito inicial do Sr. Howard Webb, com as equipes perfiladas para os hinos, os chilenos ouviram o seu hino primeiro, quando sua torcida, a exemplo da nossa, continuou o hino a capela, os brasileiros vaiaram, mostrando uma falta de respeito sem tamanho, como troco, quando foi o hino nacional cantado a capela, os chilenos também apuparam, retribuindo a má educação.

Jogo nervoso, com várias faltas no início. Minutos antes de começar, havia trocado mensagens, via twitter, com um apresentador da ESPN e havia falado que esperava que Neymar, Oscar e Fred estivessem inspirados e que nossa defesa não falhasse. Parecia que eu estava prevendo as dificuldades.

O Brasil abriu o placar naquele lance que era esperado, bola alçada na área, o time chileno tem apenas o goleiro Bravo com estatura acima de 1,80m, era de se esperar chuveirinho do time verde amarelo, o que não se esperava era a ineficácia de converter a maior estatura em oportunidades de gol. Mas houve outras oportunidades, chutes de Neymar, Hulk e Daniel Alves, uma cabeçada de Neymar, oportunidades que morreram nas mãos do goleiro Bravo ou pararam na linha de fundo.

Hulk chegou a balançar as redes, um chute estranho, de canela, mas a jogada foi invalidada pelo auxiliar, que apontou domínio de bola com o braço (um lance discutível).

O empate de La Roja é um assunto a parte, um lateral brasileiro, cobrado por Marcelo para Hulk, que devolveu displicentemente a bola, o Chile roubou a bola que sobrou para Alexis Sánchez, que sozinho, colocou fora do alcance de Júlio César. E nossa defesa falhou miseravelmente novamente.

No segundo tempo os brasileiros mostraram um nervosismo excessivo, deixando o adversário dominar o jogo, o lance capital ocorreu antes dos 15 minutos, com uma defesa magistral de Júlio César, puro reflexo, e a igualdade permaneceu até o apito final. Na prorrogação novas emoções, como uma defesa de Bravo e, no fechar do 2º tempo da prorrogação, uma bola na trave chutada por Pinilla. Cardíacos fora da sala, a vaga seria decidida nos pênaltis.

Os pênaltis sempre são uma história a parte, para o bem ou para o mal, e dessa vez não foi diferente. Um a um os dez cobradores das duas seleções se encaminhavam para a bola e davam uma emoção diferente ao público no estádio e em todo o continente onde houvesse uma televisão ligada transmitindo a partida. David Luiz converteu, Pinilla teve sua bola defendida, William, ainda frio, chutou para fora, Aránguiz converteu, Marcelo deu nova vantagem ao Brasil, Alexis Sánchez parou em Júlio César, Bravo parou Hulk, Díaz deu nova igualdade ao placar, Neymar, com toda a pressão, converteu o seu e deixou o pepino para Jara, que chutou na trave. Os goleiros brilharam com três defesas, e contaram com a sorte de uma bola ir para fora e outra beijar a trave, mais competência e sorte para o brasileiro que saiu vencedor do confronto.

Agora uma semana para se recuperar e para o time se preparar para pegar a Colômbia, que despachou o Uruguai. Outro jogo complicado, os colombianos têm um futebol mais clássico, o time está num bom momento, mas marcam menos que México e Chile, o que pode ser um desafogo para os brasileiros, que não souberam criar opções de jogadas com Neymar anulado pela excelente marcação chilena no jogo de hoje. Aguardemos.

 

Júlio César defende a cobrança de Alexis Sánchez.

Publicado 28/06/2014 por Doutor Jr em Sem categoria

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E a mordida ficou cara   Leave a comment

Ia analisar os jogos das oitavas de final, mas o tema do momento é a mordida do Luís Suarez no italiano Chiellini.

Existem alguns pontos a serem observados:

  • A reincidência. Essa é a terceira vez que o ‘pistoleiro’ crava os dentes num adversário.
  • O ato em si é considerado antidesportivo, o que por si só já é motivo de punição.
  • O lance foi isolado, não havia disputa de bola no momento em que ocorreu.

Com isto posto, tem que ver o peso das medidas adotadas pela FIFA:

  • 9 jogos de suspensão.
  • 4 meses sem poder exercer a profissão.
  • Multa de aproximadamente R$250 mil.

Analisando individualmente:

  • Os jogos de suspensão estão dentro do esperado, já que há a reincidência, o ato é antidesportivo e foi num momento isolado.
  • A multa é subjetiva, ninguém sabe quais os parâmetros usados pela FIFA para aplicar o valor.
  • Os 4 meses são demais. Mesmo com todos os pontos acima, houve excesso neste item da punição, 1 mês de afastamento estaria de bom tamanho, começando a valer desde o primeiro dia do início da temporada do campeonato nacional onde ele deverá disputar, haveria a punição e não prejudicaria excessivamente o clube que o emprega.

Mas isso são apenas observações e impressões minhas, e a vida segue.

 

A mordida

Publicado 26/06/2014 por Doutor Jr em Sem categoria

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